sábado, 22 de setembro de 2012

Anima-te

A humanidade é um subproduto
de uma série de efeitos borboleta evolucionários,
como Che Guevara, revolucionários,
que se iniciaram quando a primeira molécula
orgânica se formou na sopa primordial

Não se zangue se eu te deixar, meu bem
Mas é que me apaixonei de novo por alguém
Cheirei feromônio do meu próprio ego
Sou um pobre demônio, assim me nego

Porque viver assim sozinho é fazer parte do sistema
É ser também orquídea quando eu sugo seu floema
É cheirar a urubu no sovaco de um poema

E vou andando em círculo vendo se algo vai acontecer
E vou vivendo a vida esperando minha hora de morrer

Enquanto ninguém perde uma perna
Todos continuam brincando
Nesse campo minado
Como se fosse quintal

A vida é um suicídio homeopático
Enquanto se tenta aproveitar a vista
A caminho da forca

E isto não é arte porque eu não sou artista
Mas sou arteiro
E isso não é música porque não sou asno
Mas falo muita asneira

Briga de anima e animus
Ninguém acalma os ânimos
Freudianos, Junguianos, mas continuamos
Sem resposta pras perguntas que perguntamos

Psicanálise existencial
Entre Lorde Byron e as Flores do Mal
Essa nem Darwin previu
Mas bem que Einstein curtiu
E quem não entendeu, e quem não gostou
Que vá pra fuga do Brasil

Nos matamos nos matando
Ou até tomando banho e cantando
Enquanto o século XXI vai passando

Enquanto isso o mundo vai caminhando
Pro desenvolvimento sustentável
E enquanto isso destruímos pra sempre
Um planeta habitável

Suicídio flexível, radical é rigor mortis
Eutanásia coletiva porque a vida
É só o tempo que falta pra morte

E todos dizem que eu tô deprimido
E o doutor manda eu tomar comprimido
Mas pra que se essa canção todo mundo já cantou
E quem ouve sempre diz que não gostou

E a razão de existir ninguém explica
Então vou dando meu adeus, que ah! Meu Deus!
A morte é só pra quem fica

Mas meu amor não fique chateada
Se eu descer na próxima parada
Que o meu humanismo já tá esgotado
E esse coletivo tá lotado.

Nenhum comentário: