A Parábola do Leão e do Rebanho
Certa vez, um filhote de leão, inexperiente mas curioso, pôs-se a explorar o campo onde vivia. Tanto empolgou-se em sua aventura, que logo percebeu que estava perdido, e não sabia como voltar.
Aflito, esqueceu a aventura e começou a procurar o caminho de casa. Após algumas horas de andança aleatória, chegou a um pasto muito verde, onde se deitou. Exausto da caminhada, adormeceu.
Quando o leãozinho acordou, estava rodeado por seres que não conhecia. Eles eram todos branquinhos, com cascos duros ao invés de garras, pêlo macio e chifres retorcidos, e logo o filhote de leão descobriu que se chamavam ovelhas. Ele explicou logo sua situação, tristonho, e descobriu que as ovelhas nada podiam fazer. Entretanto, compadecidas com a situação do novo amigo, as ovelhas decidiram cuidar dele.
O tempo passou, e o leãozinho foi esquecendo-se de procurar o caminho de sua casa, e foi aos poucos se conformando em ficar com as ovelhas. Ele aprendeu a ser como elas: pastar, balir, brincar como elas.
Depois de algum tempo, o leãozinho já não era mais um filhote, mas ele tinha se esquecido que era um leão. O majestoso animal balia e pastava com as ovelhas. Era a única coisa que sabia fazer, já que era só o que as ovelhas sabiam lhe ensinar. Ele achava que era uma ovelha.
Ainda assim, algo lhe dizia que ele era diferente. Quando ele pastava, não se sentia satisfeito com a grama. Quando balia, não parecia sua voz. Quando brincava, percebia que não tinha cascos. Mas ele continuou acreditando que era uma ovelha, e pensava ser feliz entre elas.
Um dia, enquanto estava pensativo e solitário pastando num campo, viu um outro leão. Sua majestade e imponência o deixaram maravilhado. Esse outro leão estava caçando uma zebra, que logo foi pega; morreu, vítima das poderosas garras e afiados dentes que a dilaceravam.
O leão ficou aterrorizado com a cena, mas ao mesmo tempo sentia que algo naquilo o atraía. Ele começou a voltar ao pasto onde as ovelhas estavam, mas antes decidiu passar por um lago para beber.
Quando se aproximou do lago e viu seu próprio reflexo na água cristalina, o leão deu um salto para trás, aterrorizado. Pensou ser o leão que tinha visto. Poucos segundos depois, já recuperado do susto, ele se aproximou novamente da superfície do lago, e olhou-se longamente. Então percebeu que ele era realmente diferente, e entendeu porque sempre sentiu que algo não estava certo em sua vida. Ao invés de cascos, tinha garras afiadas. Ao invés de dentes chatos para ruminar, tinha poderosas presas. Ao invés de chifres recurvados, uma imponente juba. O leão percebeu que era um leão. Empolgado com sua nova descoberta, correu para junto das ovelhas.
A notícia, porém, não foi recebida como ele esperava. As ovelhas também achavam que ele era uma ovelha. Quando ele disse que era um leão, foi ridicularizado e repreendido.
"Ovelhas são ovelhas.", disseram a ele. "E nunca serão nada além disso. Você é apenas uma ovelha como todos nós."
O leão argumentou que possuía garras, presas, juba. Exortou-os a notarem a diferença.
"As ovelhas não são todas iguais. Você é uma ovelha um pouco diferente, mas ainda é só uma ovelha.", retorquiu a ovelha mais velha.
Decepcionado e solitário, o leão conformou-se. Sabia que era um leão, mas ninguém acreditava nele. A zombaria e as repreensões aumentavam ainda mais sua solidão.
O leão ficou mais deprimido do que nunca. As ovelhas acharam que estava doente, e recomendaram-lhe que pastasse um pouco mais. O leão até que tentou, mas percebeu que não poderia mais voltar a ser ovelha. Era leão. Sua fome aumentava. Não comia nada há dias. As ovelhas mais jovens continuavam a ridicularizá-lo. As mais velhas continuavam dizendo-lhe que voltasse a se comportar como ovelha, pois então melhoraria. Ele recusava.
Por fim, as ovelhas decidiram que aquilo tinha que acabar. Cercaram-no, agarraram-no, e começaram a arrancar sua juba, cortar suas garras, e limar seus dentes. O leão não pôde mais suportar. Tomado de fúria, usou suas garras e presas e atacou ferozmente as ovelhas, que tentavam transformá-lo numa delas à força. Então, sentindo na língua o sabor do sangue, ele finalmente entendeu qual era a verdadeira natureza de seu relacionamento com as ovelhas. Elas não eram sua família. Eram suas presas.
Uma a uma, ele abateu as ovelhas que o tinham acolhido. Devorou-as todas.
Pela primeira vez ele se sentiu completo. Sentia-se leão de verdade.
Certa vez, um filhote de leão, inexperiente mas curioso, pôs-se a explorar o campo onde vivia. Tanto empolgou-se em sua aventura, que logo percebeu que estava perdido, e não sabia como voltar.
Aflito, esqueceu a aventura e começou a procurar o caminho de casa. Após algumas horas de andança aleatória, chegou a um pasto muito verde, onde se deitou. Exausto da caminhada, adormeceu.
Quando o leãozinho acordou, estava rodeado por seres que não conhecia. Eles eram todos branquinhos, com cascos duros ao invés de garras, pêlo macio e chifres retorcidos, e logo o filhote de leão descobriu que se chamavam ovelhas. Ele explicou logo sua situação, tristonho, e descobriu que as ovelhas nada podiam fazer. Entretanto, compadecidas com a situação do novo amigo, as ovelhas decidiram cuidar dele.
O tempo passou, e o leãozinho foi esquecendo-se de procurar o caminho de sua casa, e foi aos poucos se conformando em ficar com as ovelhas. Ele aprendeu a ser como elas: pastar, balir, brincar como elas.
Depois de algum tempo, o leãozinho já não era mais um filhote, mas ele tinha se esquecido que era um leão. O majestoso animal balia e pastava com as ovelhas. Era a única coisa que sabia fazer, já que era só o que as ovelhas sabiam lhe ensinar. Ele achava que era uma ovelha.
Ainda assim, algo lhe dizia que ele era diferente. Quando ele pastava, não se sentia satisfeito com a grama. Quando balia, não parecia sua voz. Quando brincava, percebia que não tinha cascos. Mas ele continuou acreditando que era uma ovelha, e pensava ser feliz entre elas.
Um dia, enquanto estava pensativo e solitário pastando num campo, viu um outro leão. Sua majestade e imponência o deixaram maravilhado. Esse outro leão estava caçando uma zebra, que logo foi pega; morreu, vítima das poderosas garras e afiados dentes que a dilaceravam.
O leão ficou aterrorizado com a cena, mas ao mesmo tempo sentia que algo naquilo o atraía. Ele começou a voltar ao pasto onde as ovelhas estavam, mas antes decidiu passar por um lago para beber.
Quando se aproximou do lago e viu seu próprio reflexo na água cristalina, o leão deu um salto para trás, aterrorizado. Pensou ser o leão que tinha visto. Poucos segundos depois, já recuperado do susto, ele se aproximou novamente da superfície do lago, e olhou-se longamente. Então percebeu que ele era realmente diferente, e entendeu porque sempre sentiu que algo não estava certo em sua vida. Ao invés de cascos, tinha garras afiadas. Ao invés de dentes chatos para ruminar, tinha poderosas presas. Ao invés de chifres recurvados, uma imponente juba. O leão percebeu que era um leão. Empolgado com sua nova descoberta, correu para junto das ovelhas.
A notícia, porém, não foi recebida como ele esperava. As ovelhas também achavam que ele era uma ovelha. Quando ele disse que era um leão, foi ridicularizado e repreendido.
"Ovelhas são ovelhas.", disseram a ele. "E nunca serão nada além disso. Você é apenas uma ovelha como todos nós."
O leão argumentou que possuía garras, presas, juba. Exortou-os a notarem a diferença.
"As ovelhas não são todas iguais. Você é uma ovelha um pouco diferente, mas ainda é só uma ovelha.", retorquiu a ovelha mais velha.
Decepcionado e solitário, o leão conformou-se. Sabia que era um leão, mas ninguém acreditava nele. A zombaria e as repreensões aumentavam ainda mais sua solidão.
O leão ficou mais deprimido do que nunca. As ovelhas acharam que estava doente, e recomendaram-lhe que pastasse um pouco mais. O leão até que tentou, mas percebeu que não poderia mais voltar a ser ovelha. Era leão. Sua fome aumentava. Não comia nada há dias. As ovelhas mais jovens continuavam a ridicularizá-lo. As mais velhas continuavam dizendo-lhe que voltasse a se comportar como ovelha, pois então melhoraria. Ele recusava.
Por fim, as ovelhas decidiram que aquilo tinha que acabar. Cercaram-no, agarraram-no, e começaram a arrancar sua juba, cortar suas garras, e limar seus dentes. O leão não pôde mais suportar. Tomado de fúria, usou suas garras e presas e atacou ferozmente as ovelhas, que tentavam transformá-lo numa delas à força. Então, sentindo na língua o sabor do sangue, ele finalmente entendeu qual era a verdadeira natureza de seu relacionamento com as ovelhas. Elas não eram sua família. Eram suas presas.
Uma a uma, ele abateu as ovelhas que o tinham acolhido. Devorou-as todas.
Um comentário:
E sozinho...
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