I wish I could freeze that moment
When you had that half smile
That chases away my torment
And stay within it for a while
I wish I could keep it with me
For all time and eternity
And to see it every day
And my tears to wash away
Have your face always in my mind
Your soothing lips ever so kind
Gentler a smile I could not find
But when I try to hold it near
The moment is not anymore here
I can but watch it disappear
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
As One Incapable of Her Own Distress
Your mask fell
And I saw your true face
And I wept
I shall never tell
And there shan't be any trace
Of the secret you kept
I saw behind your eyes
And gazed at your scarred soul
And almost felt your pains
I'm aware of all your lies
And the things that no one knows
About those new old stains
I'm glad you revealed
The things of which you're scared
And the fear that you can't ease
Now I must surely yield
'Cause I know I can't be spared
From the infection of your disease
terça-feira, 30 de outubro de 2012
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Filmes, Livros e o Sentido da Vida
Hoje me peguei pensando sobre um filme que assisti recentemente: Mr Nobody. Ele conta a história do último homem mortal no planeta - já que no filme, que se passa no futuro, a tecnologia e a medicina estão tão avançados que ninguém mais morre. Fiquei fazendo esse exercício de imaginação, que na verdade nem parece tão difícil, já que vencer a morte não parece mais um objetivo assim tão distante e nebuloso quanto no passado.
E se não precisássemos mais morrer? Acredito que muitas pessoas achariam isso bom, mas não consigo imaginar como o poderia ser. O que faríamos com a vida se não fôssemos morrer? Talvez ficássemos num estado de torpor permanente: tudo poderia ser adiado e nada mais seria urgente. Seria possível sequer a existência da sociedade como a conhecemos?
Apesar do pano de fundo do filme ser essa comunidade global futurista sem morte, o filme se concentra nas escolhas pessoais do personagem principal: escolhas feitas e escolhas não feitas, sem nunca deixar claro qual é qual; uma espécie de Kwisatz Haderach ao contrário (quem estiver familizarizado com o Duna de Frank Herbert entenderá). E creio que entendo porquê. Sem a perspectiva da morte e do tempo que se perde para nunca mais voltar, que importância tem uma escolha? Tudo seria nulo e sem valor. Quem se importa se você escolher o pior caminho possível, se você sempre terá a eternidade para mudar e escolher outra coisa depois?
Dar sentido à vida mortal já é difícil o suficiente; como seria então dar sentido a uma vida que nunca acabará? Seria isso até mesmo possível? Muito apropriada aqui seria a piada de Douglas Adams em seu Guia do Mochileiro das Galáxias: quando perguntado sobre o significado da vida, do universo e tudo o mais, o computador Deep Thought - na verdade o maior e melhor computador já construído - responde apenas: 42.
Nossas escolhas só tem importância porque não podemos voltar atrás. Talvez seja essa irreversibilidade mesma das escolhas que dê sentido à existência. Há dois filmes de que gosto bastante que ilustram esse dilema fundamental da vida de forma bastante apropriada e dramática.
O primeiro deles é Sete Vidas, do diretor Ben Thomas. No filme, um homem decide doar todos os seus órgãos para se redimir por erros do passado, mas se apaixona por uma das pessoas que receberia um deles. Qual a escolha certa? Se ele doar seus órgãos, como planejado, a mulher que ama viverá, mas ele estará morto. Se ele desistir da doação para estar com a amada, eventualmente é ela que morrerá.
O outro filme se chama A Fonte, de Darren Aronofsky. O filme é sobre um cientista que está pesquisando a cura (e está bem perto dela) de um tipo raro de câncer, que coincidentemente sua mulher possui. A mulher está conformada com a morte, e tenta passar todos os momentos possíveis com o cientista. Este, porém, está tão perto de descobrir a cura que acredita que conseguirá desenvolvê-la a tempo de salvar sua esposa. De novo, qual a resposta certa? Ele pode conseguir a cura, mas talvez não a tempo, e sua mulher morrerá, e ele não terá passado seus últimos momentos com ela. Ou ele pode aproveitar o tempo que resta com ela, mas sabendo que ela inevitavelmente estará morta em breve.
A vida é cheia desses doublebinds, e nunca há resposta certa. Toda decisão que tomamos está elegendo um caminho e destruindo inúmeros outros para sempre. Neste exato momento, enquanto escrevo, estou preso numa caixa de concreto, com um computador à minha frente cheio de números na tela. O dia lá fora está bonito. E estou aqui para que amanhã eu possa estar vivo. Mas será que faz algum sentido eu ficar aqui para poder sobreviver até amanhã, se amanhã estarei novamente aqui, somente para poder sobreviver até depois de amanhã? Não faria mais sentido "viver o dia" e morrer de fome amanhã?
Muitas vezes tenho a impressão de que a vida não passa de uma piada de mal gosto, e que, como diz o personagem do Al Pacino no Advogado do Diabo, deus está se mijando de rir de nós.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Sísifo e a Psicanálise
"Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio." Esta é a frase com que Albert Camus abre o livro "O Mito de Sísifo", e ela sempre ficou ecoando na minha cabeça. O título se refere ao titã da mitologia grega que, após a luta com os deuses, foi condenado pelo Olimpo a eternamente empurrar montanha acima uma grande pedra, apenas para, chegando ao cume, vê-la rolar de volta à base, tendo que iniciar novamente seu trabalho. Para Camus, se entendi bem suas idéias, a vida é essencialmente absurda, como o trabalho do titã em questão: qual o propósito de continuar empurrando tal pedra, se sabemos que o trabalho não terá nenhum resultado?
Apesar do existencialismo poder ser considerado uma filosofia pessimista, a resposta de Camus ao problema sempre me pareceu um tanto quanto arbitrariamente otimista. Ele diz que, ao chegarmos ao pico da montanha, naquela fração de segundo entre o término do trabalho de empurrar a pedra e a ação gravitacional que a fará rolar novamente, anulando o esforço que acabamos de empreender, temos um momento de pura lucidez em que o trabalho parece valer a pena. E é esse periódico momento de lucidez que, para ele, torna o suicídio uma resposta inaceitável ao absurdo da vida. Ouso discordar.
Sísifo não empurrava a pedra porque via sentido em seu trabalho. Ele o fazia porque era obrigado por uma força mais poderosa que ele, nesse caso, os deuses do Olimpo. E isso me leva a Freud.
Quando Sigmund Freud desenvolveu sua teoria psicanalítica, foi dito que ele feriu a humanidade com a terceira ferida narcísica. As duas primeiras foram a descoberta de que a Terra não é o centro do universo através de Copérnico, e a segunda a de que os seres humanos são produtos de mero acaso evolutivo, e não criações especiais de um deus todo-poderoso. Freud então desferiu o golpe final quando demonstrou que, a despeito de toda a nossa racionalidade, grande parte do que somos e de como agimos não está sob o nosso controle, sendo produto de uma outra parte de nós que ele chamou de inconsciente.
E é isso que, na minha opinião, nos mantém vivos. Mesmo sabendo que, racionalmente, não há sentido algum em continuar empurrando uma pedra que vai rolar de volta à base da montanha, há uma espécie de força, fora do controle da razão, que nos força a continuar a fazê-lo. Alguns a chamam de deus, outros de destino; eu a chamo, com Freud, de inconsciente.
"We are a psychic process which we do not control, or only partly direct." - Carl Gustav Jung
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Sexo, drogas e Rock'n'Roll
É dificilmente questionável que o instinto sexual é a mais poderosa força propulsora no comportamento humano. Se, porém, eu contentar-me em explicar esse impulso apenas em razão de forças evolutivas para a perpetuação da espécie, estarei correndo grande risco de soar simplista e ignorar os fatores psicológicas e sociais envolvidos.
Por que desejamos o orgasmo? Alguém disse uma vez que buscamos nele a anulação, a dissolução do ego. Não por acaso o orgasmo já foi chamado de petite mort, ou pequena morte: um momento em que nos fundimos à não existência ou talvez à toda a existência, de forma que por alguns segundos sentimos como se não existíssemos. Seria o sexo um desejo de morte? Há uma longa discussão de Freud em torno do sexo, do princípio do prazer e do desejo destrutivo, ou tânato.
Se considerarmos o sexo como uma forma de suicídio temporário e seguro, fica fácil entender de onde vem a associação de idéias do velho chavão "sexo, drogas e rock'n'roll". Drogas, sejam elas legais ou ilegais - cigarros, álcool, maconha, heroína, cocaína, ou mesmo cafeína e outras -ínas - possuem também o propósito de mitigar a sensação de realidade e existência. Além do efeito entorpecente que podemos associar à petite mort, há também o fator fisiológico - qualquer droga destrói lentamente o corpo. Suspendamos por um momento o pré julgamento que se faz de alguém que se droga como alguém que vive de forma "errada". Será que o que leva alguém a se drogar não é exatamente o mesmo instinto de morte que nos leva a buscar o orgasmo?
O rock'n'roll, por sua vez, é um estilo musical associado amplamente à destruição, quebra de padrões, rebeldia e a subversão. Ou seja, é claramente a trilha sonora perfeita para qualquer ato motivado pelos instintos tanáticos.
O bordão foi criado numa época de revolução social, talvez motivada pelas décadas a fio de repressão cultural desses poderosos instintos. Não sei até que ponto isso prova o que quer que seja, mas fica bem claro para mim que o ser humano precisa destruir - e às vezes destruir-se - tanto quanto precisa construir.
Por que desejamos o orgasmo? Alguém disse uma vez que buscamos nele a anulação, a dissolução do ego. Não por acaso o orgasmo já foi chamado de petite mort, ou pequena morte: um momento em que nos fundimos à não existência ou talvez à toda a existência, de forma que por alguns segundos sentimos como se não existíssemos. Seria o sexo um desejo de morte? Há uma longa discussão de Freud em torno do sexo, do princípio do prazer e do desejo destrutivo, ou tânato.
Se considerarmos o sexo como uma forma de suicídio temporário e seguro, fica fácil entender de onde vem a associação de idéias do velho chavão "sexo, drogas e rock'n'roll". Drogas, sejam elas legais ou ilegais - cigarros, álcool, maconha, heroína, cocaína, ou mesmo cafeína e outras -ínas - possuem também o propósito de mitigar a sensação de realidade e existência. Além do efeito entorpecente que podemos associar à petite mort, há também o fator fisiológico - qualquer droga destrói lentamente o corpo. Suspendamos por um momento o pré julgamento que se faz de alguém que se droga como alguém que vive de forma "errada". Será que o que leva alguém a se drogar não é exatamente o mesmo instinto de morte que nos leva a buscar o orgasmo?
O rock'n'roll, por sua vez, é um estilo musical associado amplamente à destruição, quebra de padrões, rebeldia e a subversão. Ou seja, é claramente a trilha sonora perfeita para qualquer ato motivado pelos instintos tanáticos.
O bordão foi criado numa época de revolução social, talvez motivada pelas décadas a fio de repressão cultural desses poderosos instintos. Não sei até que ponto isso prova o que quer que seja, mas fica bem claro para mim que o ser humano precisa destruir - e às vezes destruir-se - tanto quanto precisa construir.
domingo, 30 de setembro de 2012
sábado, 22 de setembro de 2012
Anima-te
A humanidade é um subproduto
de uma série de efeitos borboleta evolucionários,
como Che Guevara, revolucionários,
que se iniciaram quando a primeira molécula
orgânica se formou na sopa primordial
Não se zangue se eu te deixar, meu bem
Mas é que me apaixonei de novo por alguém
Cheirei feromônio do meu próprio ego
Sou um pobre demônio, assim me nego
Porque viver assim sozinho é fazer parte do sistema
É ser também orquídea quando eu sugo seu floema
É cheirar a urubu no sovaco de um poema
E vou andando em círculo vendo se algo vai acontecer
E vou vivendo a vida esperando minha hora de morrer
Enquanto ninguém perde uma perna
Todos continuam brincando
Nesse campo minado
Como se fosse quintal
A vida é um suicídio homeopático
Enquanto se tenta aproveitar a vista
A caminho da forca
E isto não é arte porque eu não sou artista
Mas sou arteiro
E isso não é música porque não sou asno
Mas falo muita asneira
Briga de anima e animus
Ninguém acalma os ânimos
Freudianos, Junguianos, mas continuamos
Sem resposta pras perguntas que perguntamos
Psicanálise existencial
Entre Lorde Byron e as Flores do Mal
Essa nem Darwin previu
Mas bem que Einstein curtiu
E quem não entendeu, e quem não gostou
Que vá pra fuga do Brasil
Nos matamos nos matando
Ou até tomando banho e cantando
Enquanto o século XXI vai passando
Enquanto isso o mundo vai caminhando
Pro desenvolvimento sustentável
E enquanto isso destruímos pra sempre
Um planeta habitável
Suicídio flexível, radical é rigor mortis
Eutanásia coletiva porque a vida
É só o tempo que falta pra morte
E todos dizem que eu tô deprimido
E o doutor manda eu tomar comprimido
Mas pra que se essa canção todo mundo já cantou
E quem ouve sempre diz que não gostou
E a razão de existir ninguém explica
Então vou dando meu adeus, que ah! Meu Deus!
A morte é só pra quem fica
Mas meu amor não fique chateada
Se eu descer na próxima parada
Que o meu humanismo já tá esgotado
E esse coletivo tá lotado.
de uma série de efeitos borboleta evolucionários,
como Che Guevara, revolucionários,
que se iniciaram quando a primeira molécula
orgânica se formou na sopa primordial
Não se zangue se eu te deixar, meu bem
Mas é que me apaixonei de novo por alguém
Cheirei feromônio do meu próprio ego
Sou um pobre demônio, assim me nego
Porque viver assim sozinho é fazer parte do sistema
É ser também orquídea quando eu sugo seu floema
É cheirar a urubu no sovaco de um poema
E vou andando em círculo vendo se algo vai acontecer
E vou vivendo a vida esperando minha hora de morrer
Enquanto ninguém perde uma perna
Todos continuam brincando
Nesse campo minado
Como se fosse quintal
A vida é um suicídio homeopático
Enquanto se tenta aproveitar a vista
A caminho da forca
E isto não é arte porque eu não sou artista
Mas sou arteiro
E isso não é música porque não sou asno
Mas falo muita asneira
Briga de anima e animus
Ninguém acalma os ânimos
Freudianos, Junguianos, mas continuamos
Sem resposta pras perguntas que perguntamos
Psicanálise existencial
Entre Lorde Byron e as Flores do Mal
Essa nem Darwin previu
Mas bem que Einstein curtiu
E quem não entendeu, e quem não gostou
Que vá pra fuga do Brasil
Nos matamos nos matando
Ou até tomando banho e cantando
Enquanto o século XXI vai passando
Enquanto isso o mundo vai caminhando
Pro desenvolvimento sustentável
E enquanto isso destruímos pra sempre
Um planeta habitável
Suicídio flexível, radical é rigor mortis
Eutanásia coletiva porque a vida
É só o tempo que falta pra morte
E todos dizem que eu tô deprimido
E o doutor manda eu tomar comprimido
Mas pra que se essa canção todo mundo já cantou
E quem ouve sempre diz que não gostou
E a razão de existir ninguém explica
Então vou dando meu adeus, que ah! Meu Deus!
A morte é só pra quem fica
Mas meu amor não fique chateada
Se eu descer na próxima parada
Que o meu humanismo já tá esgotado
E esse coletivo tá lotado.
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Plethora Persona Deva
Eu sou um herói de merda;
Sou um leão entre cordeiros;
Um Hitler criando holocaustos de judeus e arianos;
Um Ku Klux Klan caçando brancos e negros;
Um bolchevique executando famílias reais e plebéias;
Sou um Bin Laden explodindo cristãos e muçulmanos;
Uma turba que assassina Joseph Smiths e Joseph Ratzingers;
Um gueto para cada etnia;
Sou uma bala e uma cápsula para Hitlers e aliados;
Uma termópilas para Leônidas e para Xerxes;
Uma praga que assola Israel e Egito;
Uma guilhotina que arranca cabeças de reis e revolucionários;
Um terremoto que assola todos os continentes e uma enchente que destrói cada cidade;
Eu sou uma metáfora para cada mentira
E um desespero para cada verdade;
Sou sangue de gato espirrando no seu pára-brisas;
Sou aquele que caga na cara do mundo.
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Sofrimento Estatístico
Also sprach Zarathustra: Numa cena de Korczak, o filme mais humano de Andrzej Wajda, Janus Korczak (pseudônimo do grande pedagogo Henryk Goldszmit), um herói cinematográfico muito humano, é relembrado dos horrores das guerras travadas no curso da vida de sua sofrida geração. Ele recorda essas atrocidades, é claro, e elas o ofendem e repugnam. E de modo ainda mais vívido, e com o maior dos horrores, ele se lembra de um bêbado chutando uma criança. Em nosso mundo obcecado por estatísticas, médias e maiorias, tendemos a medir o grau de desumanidade das guerras pelo número de baixas que elas causam. Tendemos a medir o mal, a crueldade, a repugnância e a infâmia da vitimização pelo número de vítimas. Mas, em 1944, em meio à guerra mais mortífera já travada pelos seres humanos, Ludwig Wittgenstein observou: Nenhum clamor de tormento pode ser maior que o clamor de um homem. Ou, mais uma vez, nenhum tormento pode ser maior do que aquilo que um único ser humano pode sofrer. O planeta inteiro não pode sofrer tormento maior do que uma única alma.
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Herói ou Deus?
Also sprach Zarathustra: Os dois - o herói e seu deus último, aquele que busca e aquele que é encontrado - são entendidos, por conseguinte, como a parte externa e interna de um único mistério autorefletido, mistério idêntico ao do mundo manifesto. A grande façanha do herói supremo é alcançar o conhecimento dessa unidade na multiplicidade e, em seguida, torná-la conhecida.
sábado, 4 de agosto de 2012
Heróis e labirintos
Also sprach Zarathustra: Os heróis de todos os tempos nos precederam; o labirinto [de Dédalo] é totalmente conhecido. Temos apenas que seguir o fio [de linho] da trilha do herói. E ali onde pensávamos encontrar uma abominação, encontraremos uma divindade; onde pensávamos matar alguém, mataremos a nós mesmos; onde pensávamos viajar para o exterior, atingiremos o centro da nossa própria existência; e onde pensávamos estar sozinhos, estaremos com o mundo inteiro.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Amor próprio
A sobrevivência (animal, física, corpórea) pode viver sem o amor-próprio. Para dizer a verdade, poderia acontecer melhor sem ele do que em sua companhia! Os caminhos dos instintos de sobrevivência e do amor-próprio podem correr paralelamente, mas também em direções opostas... O amor-próprio pode rebelar-se contra a continuação da vida. Ele nos estimula a convidar o perigo e dar boas-vindas à ameaça. Pode nos levar a rejeitar uma vida que não se ajusta a nossos padrões e que, portanto, não vale a pena ser vivida.
Pois o que amamos em nosso amor-próprio são os eus apropriados para serem amados. O que amamos é o estado, ou a esperança, de sermos amados. De sermos objetos dignos do amor, sermos reconhecidos como tais e recebermos a prova desse reconhecimento. Em suma: para termos amor-próprio, precisamos ser amados. A recusa do amor - a negação do status de objeto digno do amor - alimenta a auto-aversão. O amor-próprio é construído a partir do amor que nos é oferecido por outros. Se na sua construção forem usados substitutos, eles devem parecer cópias, embora fraudulentas, desse amor. Outros devem nos amar primeiro para que comecemos a amar a nós mesmos.
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Suicídio?
Vivemos na sociedade da eutanásia. Todos são suicidas, mesmo quando acham que não são. Quem não fuma, bebe, e quem não bebe, dirige em alta velocidade; ou talvez trabalhe demais, ou se perca em amores passageiros, ou se tranque atrás de muros e grades. Desejamos a morte com tanto afinco quanto dedicamos a nos livrar dela, na esperança fugidia de calar o vazio que sentimos desde que nos percebemos existindo. Os irmãos Fobos e Deimos nos agarraram pelos pés e nos arrastam ao domínio de Tânato.
Et quid amabo nisi quod aenigma est?
Amar significa manter a resposta pendente ou evitar fazer a pergunta. Transformar um outro num alguém definido significa tornar o indefinido o futuro. Significa concordar com a indefinibilidade do futuro. Concordar com uma vida vivida, da concepção ao desaparecimento, no único local reservado aos seres humanos: aquela vaga extensão entre a finitude de seus feitos e a infinidade de seus objetivos e consequências.
terça-feira, 24 de julho de 2012
I can't overcome this ocean between us
And sometimes I feel like I'm left to drown
The waves crash around me
And I never seem to find my way
My sails are torn,
My mast broken
Everyone has abandoned ship but me
And I can't stir it anymore
The currents are taking me to the end of the world
I can't breathe in the depths of this sorrow
My flag is a shot, broken heart
Demise the name of this vessel
And sometimes I feel like I'm left to drown
The waves crash around me
And I never seem to find my way
My sails are torn,
My mast broken
Everyone has abandoned ship but me
And I can't stir it anymore
The currents are taking me to the end of the world
I can't breathe in the depths of this sorrow
My flag is a shot, broken heart
Demise the name of this vessel
quinta-feira, 12 de julho de 2012
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Vertigem
Se não me engano foi Milan Kundera quem disse que a vertigem não é o medo da queda, e sim o medo que sentimos ao percebermos que queremos cair. Pois bem, se o amor é vertigem, o que desejamos dele? Os segundos de liberdade absoluta da queda, ou a dor e anulação do impacto?
terça-feira, 26 de junho de 2012
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Suicídio Homeopático
Existe algo de levemente suicida no ato de fumar. É um suicídio homeopático, por assim dizer (ou talvez nem tão homeopático assim). Como se no ato de queimar e inalar um rolinho de ervas secas se conseguisse transformar em cinza também uma parte de si. Talvez na esperança vã de que, como uma fênix, algo novo surja delas. Ou talvez simplesmente na esperança de que esse ato de eutanásia seja menos doloroso e menos impactante para quem fica pra trás.
Amor não é biológico
Existe uma relação de débito entre pais e filhos, mas não são os filhos que devem aos pais. Ninguém pede para nascer. Essa é uma decisão inteiramente tomada pelos pais. Logo, por mais que façam por seus filhos, não terão feito mais que o que era sua obrigação. Nenhum filho tem obrigação de ser grato aos pais na mesma proporção que não tem obrigação de considerar a vida como o bem supremo ou mesmo como algo bom. Só existiria um débito dos filhos para com os pais se todos que nascessem fossem necessariamente felizes e nascer fosse, portanto, necessariamente um privilégio.
A Corpsebride To Go
Death flirts with me
And makes fun of my happiness.
Every time you smile at me
It's her teethless grin I see.
As your shiny gaze meets mine,
Hopeless horrors in the abyss
Of dark empty skulls
Stand in the way.
She caresses me and comforts me,
Tells me sweet words of peace
Whenever I feel distressed.
She's always there to remind me
That it's the longing -
The longing that is never going away.
And makes fun of my happiness.
Every time you smile at me
It's her teethless grin I see.
As your shiny gaze meets mine,
Hopeless horrors in the abyss
Of dark empty skulls
Stand in the way.
She caresses me and comforts me,
Tells me sweet words of peace
Whenever I feel distressed.
She's always there to remind me
That it's the longing -
The longing that is never going away.
sábado, 9 de junho de 2012
terça-feira, 5 de junho de 2012
Azar do dia: I am Abraxas. I am mine own god. I create rules just so I can break them. Is that not what gods do? I am beginning and end, light and dark, alpha and omega. I am he who begets himself. I am mine own father and mine own son. I am the serpent which devours its tail. I am the existing non-existance.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Also sprach Zarathustra: I can do what I will: I can, if I will, give everything I have to the poor and thus become poor myself - if I will! But I cannot will this, because the opposing motives have too much power over me for me to be able to. On the other hand, if I had a different character, even to the extent that I were a saint, then I would be able to will it. But then I could not keep from willing it, and hence I would have to do so.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Also sprach Zarathustra: Não se compra apenas comida, sapatos, automóveis ou itens de mobiliário. A busca ávida e sem fim por novos exemplos aperfeiçoados e por receitas de vida é também uma variedade do comprar, e uma variedade da máxima importância. Vamos às compras pelas habilidades necessárias a nosso sustento e pelos meios de convencer nossos possíveis empregadores de que as temos; pelo tipo de imagem que gostaríamos de vestir e por modos de fazer com que os outros acreditem que somos o que vestimos; por maneiras de fazer novos amigos que queremos e de nos desfazer dos que não mais queremos; pelos modos de atrair atenção e de nos escondermos do escrutínio; pelos meios de extrair mais satisfação do amor e pelos meios de evitar nossa "dependência" do parceiro amado ou amante; pelos modos de obter o amor do amado e o modo menos custoso de acabar com uma união quando o amor desapareceu e a relação deixou de agradar; pelo melhor meio de poupar dinheiro para um futuro incerto e o modo mais conveniente de gastar dinheiro antes de ganhá-lo; pelos recursos para fazer mais rápido o que temos que fazer e por coisas para fazer a fim de encher o tempo então disponível; pelas comidas mais deliciosas e pela dieta mais eficaz para eliminar as consequências de comê-las; pelos mais poderosos sistemas de som e as melhores pílulas contra a dor de cabeça. A lista de compras não tem fim. Porém por mais longa que seja a lista, a opção de não ir às compras não figura nela.
Also sprach Zarathustra: Procurar exemplos, conselhos e orientação é um vício: quanto mais se procura, mais se precisa e mais se sofre quando privado de novas doses da droga procurada. Como meio de aplacar a sede, todos os vícios são auto-destrutivos; destroem a possibilidade de se chegar à satisfação.
sábado, 12 de maio de 2012
sexta-feira, 11 de maio de 2012
quinta-feira, 10 de maio de 2012
segunda-feira, 7 de maio de 2012
quinta-feira, 3 de maio de 2012
quarta-feira, 2 de maio de 2012
sábado, 28 de abril de 2012
Also sprach Zarathustra: In a wonderful essay called 'On an Apparent Intention in the Fate of the Individual', Schopenhauer points out that, once you have reached an advanced age (...) as you look back over your life, it can seem to have had a plot, as though composed by a novelist. Events that seemed entirely accidental and incidental turn out to have been central to the composition... Another astonishing way to look back is to pick up some diary entries or notes that you kept a long time ago. You'll be astonished. Things you were convinced you had realized more recently will all be pinned down there. These are the driving themes of your life.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
quarta-feira, 18 de abril de 2012
My Own Personal Abyss
It is always your eyes -
Tiny windows to the soul,
Like lying mirrors that make me
See you instead of myself. Your
Ageless eyes drown me in a sea of pain
Without cause and without end. I can never
Understand. I once thought myself free, but fate
Is merciless. Your gaze reminded me of what I was
Hiding all along. When you went away you never left me,
Because your eyes are part of me and I am all of you. Even
If I can't breathe I'm not afraid: death has always been my name.
Like a difficult task, I do not crave it, but must face it nonetheless.
On sight I rely not, but surrender myself to blindness. Your eyes, oh,
Always your eyes, bleeding like fountains of life, as you scream and pant
In bliss while I desecrate your heaven with blasphemy. This is not the end.
Tiny windows to the soul,
Like lying mirrors that make me
See you instead of myself. Your
Ageless eyes drown me in a sea of pain
Without cause and without end. I can never
Understand. I once thought myself free, but fate
Is merciless. Your gaze reminded me of what I was
Hiding all along. When you went away you never left me,
Because your eyes are part of me and I am all of you. Even
If I can't breathe I'm not afraid: death has always been my name.
Like a difficult task, I do not crave it, but must face it nonetheless.
On sight I rely not, but surrender myself to blindness. Your eyes, oh,
Always your eyes, bleeding like fountains of life, as you scream and pant
In bliss while I desecrate your heaven with blasphemy. This is not the end.
terça-feira, 17 de abril de 2012
An Ode to a Disease
Beauty - so fleeting yet so necessary.
So death-like and so full of life.
Ephemeral, but unbound by time.
Fragile and overwhelming.
Beauty is only an opinion,
Yet it pounds us to submission.
'Tis strong because it is weak;
Its appeal lies in its lack of reality.
Now that I've seen it, I should tear off my eyes
And die, lest I forget.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
segunda-feira, 26 de março de 2012
quinta-feira, 22 de março de 2012
segunda-feira, 19 de março de 2012
segunda-feira, 12 de março de 2012
Pílulas sem sabedoria:
1- Amor, felicidade, liberdade, são todas palavras carregadas demais de sentido místico e numinoso para serem levadas a sério em qualquer sentido prático.
2- Nunca vi os feios reclamarem igualdade de direitos em relação aos bonitos. Deve ser porque ninguém quer admitir que é feio.
1- Amor, felicidade, liberdade, são todas palavras carregadas demais de sentido místico e numinoso para serem levadas a sério em qualquer sentido prático.
2- Nunca vi os feios reclamarem igualdade de direitos em relação aos bonitos. Deve ser porque ninguém quer admitir que é feio.
sábado, 3 de março de 2012
sexta-feira, 2 de março de 2012
Píluas sem sabedoria:
1- All the drama of life is derived from the fact that we know we're going to die.
2- Celebridades são pessoas sobre quem fazemos projeções numinosas.
3- Mãe, se você não queria que eu aprendesse a pensar, não devia ter me dado revistinhas da Mônica pra ler quando eu era criança.
1- All the drama of life is derived from the fact that we know we're going to die.
2- Celebridades são pessoas sobre quem fazemos projeções numinosas.
3- Mãe, se você não queria que eu aprendesse a pensar, não devia ter me dado revistinhas da Mônica pra ler quando eu era criança.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
UM DECÁLOGO LIBERAL (“A Liberal Decalogue”)
Por Bertrand Russell
Por Bertrand Russell
1. Não tenhas certeza absoluta de nada.
2. Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
3. Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.
4. Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória dependente da autoridade é irreal e ilusória.
5. Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.
6. Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te.
7. Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.
8. Encontra mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.
9. Seja escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la.
10. Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.
2. Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
3. Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.
4. Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória dependente da autoridade é irreal e ilusória.
5. Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.
6. Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te.
7. Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.
8. Encontra mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.
9. Seja escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la.
10. Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.
domingo, 12 de fevereiro de 2012
domingo, 5 de fevereiro de 2012
sábado, 4 de fevereiro de 2012
sábado, 21 de janeiro de 2012
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